Um outro retalho recortado de uma entrevista a um Professor Catedrático e Investigador.
Começo por uma resposta para trazer aqui os pontos que considero mais interessantes:
"Uma dualidade que temos enquanto académicos tem a ver com a investigação e a docência . Por vezes parece que somos esquizofrénicos... Quando estamos a fazer investigação, o nosso motor é a fragilidade do conhecimento, e quando estamos a ensinar, é a fortaleza. Estamos a transmitir fundamentos, e não associamos essa fragilidade, não ensinamos criticamente. Não é ensinar a duvidar.
Não se trata de uma dúvida hiperbólica, mas de uma dúvida cartesiana?
- Exactamente. Uma dúvida que tenha uma base sólida. E a maioria dos professores não sabe ensinar a dúvida.
O problema do ensino está grandemente inquinado pelo espectro do emprego e da sobrevivência. Isso que diz pressupõe uma revolução em todo o sistema.
- Tenho pena que a escola não tenha como conceito central o Ser. O Ser na sua essência. O que temos é o Ser na sua inserção. A especialização e a formação profissional são o centro de tudo. A escola devia formar um ser cada vez mais completo nas suas múltiplas vertentes, e não um ser que é muito bom engenheiro."
continua...